Fernando Marques de Oliveira
Leito da contemplação
Este projecto procura conciliar a ruína e a sua poética com a tranquilidade de uma cama que se deixa surpreender no sono da pintura. Utilizo assim a linguagem do meu trabalho mais recente, criando uma tensão com este lugar que me foi oferecido para habitar simbolicamente.
Bio
Nasceu no Porto, em 1947. Frequentou a Escola de Belas Artes do Porto e a Academia de Watermael – Boitsfort de Bruxelas, cidade onde viveu. Em 1980 fundou no Porto a Galeria Roma e Pavia que dirigiu até 1986. Conhecido nos últimos anos pela sua actividade em arquitectura de interiores e design, Fernando Marques de Oliveira é considerado um dos valores que contribuiu para a renovação do panorama artístico português no início da década de 80. O seu trabalho caracteriza-se pela depuração e sentido de equilíbrio, expresso num cromatismo onde a o rigor se combina a sofisticação formal. Para além da actividade artística, Fernando Marques de Oliveira tornou-se figura incontornável no panorama ibérico mercê da sua profícua actividade no campo da arquitectura de interiores, design de mobiliário, com importantes obras realizadas pública e privadamente em Portugal e Espanha. Fez ainda produção plástica em relevantes trabalhos cenográficos, nomeadamente para o Teatro Nacional D. Maria II. A sua actividade artística que foi intensa até princípios dos anos 90, foi posteriormente interrompida em alguns momentos não só devido à constante demanda da sua produção nas outras áreas, bem como por idiossincrasias inerentes à sua forma de singular posicionamento no mundo da arte, nunca deixando no entanto de trabalhar no resguardo do seu ateliê. A obra que entretanto foi sendo produzida, reflecte bem esse carácter intimista e rigoroso que o artista proximamente nos irá devolver, numa vertente agora pública, de renovada pujança. Da intensa actividade expositiva das décadas de 70/80 destacam-se individualmente as exposições: Museu Municipal de Torres Novas – 1971; Galeria L.V., Braga – 1972; Cooperativa Árvore, Porto – 1975; Galeria JN, Porto – 1975; Galeria Roma e Pavia, Porto – 1981; Galeria Leo, Lisboa – 1983; Galeria Roma e Pavia, Porto – 1984; Museu Nogueira da Silva, Braga – 1987. Colectivamente destacam-se: “Levantamento da arte do séc. XX no Porto”, Museu Nacional Soares dos Reis, Porto – 1976; Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa – 1976; “LIS`81”, Lisboa - 1981; “Fantasporto Artes Plásticas”, Cooperativa Árvore, Porto – 1981; Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa – 1981; I Exposição “Pintor Personagem”, (curadoria de Eduardo Paz Barroso), Fundação Eng. António de Almeida, Porto – 1983; “Novos Primitivos”, (curadoria de Bernardo Pinto de Almeida), Cooperativa Árvore, Porto – 1983; “Tendências Actuais”, Parque Itália, Porto – 1984; “Pintores do Norte de Portugal”, (Secretaria de Estado da Cultura), Luxemburgo – 1984; Arco Madrid, (Espaço Lusitano), Madrid – 1984; “Um certo aroma surrealista”, Polimaia, Museu Nacional dos Reis, Porto – 1986; Marca Madeira 87, (Gal. Roma e Pavia), Funchal – 1987; “Com o cobre se fazem sinais dos tempos”, Exposição Aquisição , Companhia Portuguesa do Cobre, (org. SEC./Galeria Roma e Pavia), Porto – 1987; Art London, (Gal. Roma e Pavia), Londres – 1989. Encontra-se representado em diversas colecções públicas e privadas em Portugal e Espanha, nomeadamente, CAM – Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Câmara Municipal de Matosinhos; Museu Nogueira da Silva, Braga.